Patrono cívico, da odontologia e até da polícia, Joaquim José da Silva Xavier também é considerado o “Patrono dos Contribuintes”. Tiradentes, como era conhecido, foi um insurgente contra a coroa portuguesa, pela alta e injusta cobrança de impostos. Vamos resumir um pouquinho a história…
Em 1700, Portugal criou a primeira “tributação por presunção” no Brasil, o famoso “quinto”, correspondente à arrecadação de 1/5 de todo o ouro extraído no país. Depois, mesmo com a decadência da mineração, passaram a exigir o mínimo de 100 arrobas (1.470 kg) anuais de ouro. Como a arrecadação no período foi inferior, a coroa portuguesa exigiu a cobrança compulsória dos “quintos”, decretando a “derrama”.
Tiradentes foi um dos líderes do movimento da Inconfidência Mineira, que conseguiu suspender a tal “derrama”. A luta custou a vida: depois de preso, ele foi morto com requintes de crueldade, como “castigo exemplar”, em 21 de abril de 1792.
Se vivo fosse, certamente Tiradentes continuaria sendo um ferrenho lutador, num país no qual, em 2020, foram necessários exatos 151 dias de trabalho para custear a máquina pública, incluindo tributos federais, estaduais e municipais. A soma dos impostos representa 41% do salário do brasileiro médio, segundo dados recém-divulgados pelo IBPT (Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação).